A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou um requerimento solicitando a prisão preventiva do advogado Nelson Wilians Fratoni Rodrigues, nesta quinta-feira, 25. Ele é investigado por suspeitas de envolvimento em um esquema de descontos ilegais em benefícios de aposentados e pensionistas.
Além do pedido de prisão, a CPMI também aprovou a quebra dos sigilos fiscal e bancário do advogado. No entanto, a efetivação da prisão depende da análise e decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Anteriormente, a Polícia Federal (PF) já havia solicitado a prisão preventiva de Wilians, mas o ministro André Mendonça, do STF, negou o pedido em decisão individual no início do mês. A PF identifica o advogado como um dos elos do esquema, com conexões financeiras com o empresário Maurício Camisotti, que está preso preventivamente sob suspeita de participação na fraude.
O requerimento de prisão aprovado pela CPMI aponta para “veementes indícios de materialidade e autoria” por parte de Nelson Wilians, argumentando que sua liberdade representa um risco à ordem pública e à aplicação da lei penal. O documento afirma que a manutenção da liberdade do advogado compromete a ordem pública, ameaça a instrução criminal devido a indícios de intimidação de testemunhas e ocultação de bens, e coloca em risco a aplicação da lei penal, considerando seu poder econômico e político.
A quebra dos sigilos bancário e fiscal de Wilians abrange dois períodos: entre 2019 e 2024, e entre 2020 e 2025. O objetivo é rastrear movimentações financeiras consideradas milionárias, identificadas pela PF e pelo COAF, que indicaram repasses do escritório do advogado para Camisotti.
O advogado foi alvo de uma operação da PF juntamente com Camisotti e o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Enquanto os empresários foram presos, o ministro André Mendonça rejeitou o pedido de prisão contra Wilians, optando por medidas cautelares menos restritivas.
Nelson Wilians compareceu à CPMI para prestar depoimento, mas se recusou a assinar o termo de compromisso de dizer a verdade. Ele negou qualquer envolvimento com as fraudes, afirmando conhecer Maurício Camisotti, mas negando qualquer relação com o “Careca do INSS” ou com o esquema de descontos indevidos.
Fonte: revistaoeste.com