O Partido dos Trabalhadores (PT) formalizou, nesta segunda-feira, um pedido para substituir o relator do processo disciplinar que investiga o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. A solicitação, encaminhada à Mesa Diretora e ao próprio Conselho, é liderada pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).
O principal argumento do PT para a substituição é a alegada parcialidade do deputado Marcelo Freitas (União-MG), designado relator na semana passada. Segundo o partido, Freitas mantém uma relação de proximidade e alinhamento político com a família Bolsonaro, o que comprometeria a isenção necessária para conduzir o processo.
Lindbergh Farias critica a designação de Freitas, alegando que suas declarações públicas de amizade com Eduardo Bolsonaro, somadas ao seu alinhamento político, viciam o processo desde o início. O petista argumenta que a manutenção de um relator que demonstra publicamente sua ligação com o investigado representa uma quebra de exigência ética, colocando em xeque a imparcialidade do Conselho.
O presidente do Conselho de Ética, Fabio Schiochet (União-SC), designou Freitas relator após uma seleção que incluiu os nomes de Duda Salabert (PDT-MG) e Paulo Lemos (Psol-AP). Lindbergh Farias também questionou declarações prévias de Schiochet, que, segundo o petista, anteciparam um juízo favorável a Eduardo Bolsonaro, comprometendo ainda mais a isenção do processo.
O PT busca o reconhecimento da suspeição de Marcelo Freitas, alegando que suas manifestações públicas inviabilizam sua permanência como relator. O partido solicita a escolha de um novo nome para a relatoria, garantindo assim o devido processo legal e a credibilidade do Conselho de Ética e da Câmara dos Deputados.
O processo em questão apura denúncias de que Eduardo Bolsonaro teria negociado sanções contra o Brasil durante uma viagem aos Estados Unidos. Este caso é distinto de outro processo que avalia o número de faltas do deputado.
Fonte: revistaoeste.com