O rapper Hungria foi internado no Hospital DF Star, em Brasília, na manhã desta quinta-feira (2), levantando suspeitas de que teria ingerido uma bebida adulterada. A assessoria do artista confirmou a hospitalização e divulgou um comunicado oficial.
O boletim médico do hospital detalha que Hungria apresentava dor de cabeça, náuseas, vômitos, turvação visual e acidose metabólica. A equipe médica declarou que “foi iniciado tratamento especializado e, no momento, o paciente está em investigação da etiologia do quadro”.
A assessoria de imprensa informou que o rapper “encontra-se sob cuidados médicos após a suspeita de ter ingerido bebida adulterada, em situação que remete aos casos recentemente noticiados em São Paulo”. A equipe enfatizou que Hungria “permanece em acompanhamento, já fora de risco iminente”.
O local onde o cantor teria consumido a bebida supostamente adulterada não foi divulgado. Por recomendação médica, os shows de Hungria programados para o final de semana foram adiados.
Este caso ocorre em um contexto de crescente preocupação com intoxicações por metanol no país. O Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) registrou 43 notificações relacionadas à ingestão da substância até a noite de quarta-feira (1º).
A maioria das ocorrências (39) foi registrada em São Paulo, com 10 casos confirmados e 29 em investigação. Em Pernambuco, quatro casos também estão sendo apurados. O balanço aponta para uma morte confirmada em São Paulo e outras sete em análise (cinco em São Paulo e duas em Pernambuco).
As Vigilâncias Sanitárias estadual e municipal de São Paulo interditaram cautelarmente seis estabelecimentos desde o início da semana. A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar a distribuição de bebidas adulteradas e está mapeando os locais de venda, sem descartar a participação de organizações criminosas.
A Secretaria de Saúde de São Paulo (SES-SP) informa que os sintomas iniciais de intoxicação por metanol podem surgir em até seis horas após a ingestão, incluindo dor abdominal intensa, sonolência, falta de coordenação, tontura, náuseas, vômitos, dor de cabeça, confusão mental, taquicardia e pressão arterial baixa. Entre seis e 24 horas após a ingestão, os sintomas podem evoluir para visão turva, fotofobia, visão embaçada, pupilas dilatadas, perda da percepção de cores, convulsões, coma e acidose metabólica grave. Em casos mais severos, há risco de cegueira irreversível, choque, pancreatite, insuficiência renal, necrose de gânglios da base com tremores, rigidez, lentidão dos movimentos e morte.