USD: R$ -- EUR: R$ -- BTC: R$ -- BTC: USD --

D'Angelles Backes

O mercado farmacêutico brasileiro mantém uma trajetória de crescimento robusta, registrando em 2025 um dos maiores avanços da década. As vendas no varejo alcançaram R$ 222 bilhões até abril, impulsionadas por um crescimento médio anual de 11,3% desde 2021. Este desempenho supera a inflação do período, demonstrando a força de um setor em expansão tanto em valor quanto em volume.

Medicamentos de Prescrição (MPX) lideram o mercado, representando 54,8% do total comercializado, seguidos pelos não medicamentos (30,5%) e Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), com 14,7%. O crescimento dos genéricos, com um avanço de 16,4%, demonstra a preferência dos consumidores por alternativas mais acessíveis.

Todos os grupos de produtos apresentaram reajustes acima da inflação, com destaque para os MIPs, que registraram um aumento de 27,9% no preço médio. Os não medicamentos, que incluem itens de higiene, beleza e nutrição, apresentaram um desempenho equilibrado, impulsionado pelo lançamento de novos produtos e políticas de preços ajustadas à demanda.

Grandes redes de farmácias detêm quase metade do mercado (48,7%), enquanto as associativistas reúnem 21,9% e as independentes, 17,8%. O comércio eletrônico, embora com menor participação, apresentou o maior crescimento, com alta de 27,8% em valor e 34,1% em volume, indicando uma tendência irreversível de digitalização das compras farmacêuticas. A estratégia omnichannel, que integra loja física e ambiente virtual, tem se mostrado crucial para fortalecer o relacionamento com o cliente e aumentar a competitividade.

O crescimento das farmácias independentes e associativistas ocorre de forma desigual, com o aumento de receita impulsionado, em grande parte, pela elevação de preços, o que estimula a busca por novas formas de atuação cooperada, como o associativismo farmacêutico, que avança no Centro-Oeste, onde representa 48% do comércio farmacêutico.

O Brasil se mantém na liderança do mercado farmacêutico da América Latina, respondendo por 42% do faturamento total da indústria na região. Em 2024, o setor movimentou US$ 93,1 bilhões na América Latina, com US$ 39,4 bilhões provenientes do mercado brasileiro, mais que o dobro das vendas registradas no México, o segundo colocado.

Apesar da liderança regional, o país enfrenta desafios em competitividade global, ocupando a quarta posição na América Latina em capacidade científica, regulação e pesquisa clínica, mas a oitava em proteção à propriedade intelectual. Projeções apontam para um crescimento de 12,1% em 2025 e 10,6% em 2026, impulsionado pelo envelhecimento populacional e o aumento da demanda por serviços de saúde.

Destaques BNews Digital

Relacionadas

Menu