O câncer de mama, embora mais comum em mulheres, também afeta homens, representando cerca de 1% dos casos. A detecção tardia é um desafio significativo, com a maioria dos diagnósticos ocorrendo em estágios avançados, como os Estágios III ou IV, impactando negativamente o tratamento e o prognóstico. É importante ressaltar que, quando diagnosticado no mesmo estágio, as taxas de cura entre homens e mulheres são semelhantes.
Um dos principais obstáculos é o desconhecimento de que homens possuem tecido mamário e, portanto, podem desenvolver câncer de mama. Há também uma percepção errônea de que se trata de uma doença exclusivamente feminina, o que cria uma barreira para o diagnóstico precoce.
O câncer de mama em homens está frequentemente associado ao envelhecimento, afetando principalmente homens com mais de 60 anos. Fatores hormonais também desempenham um papel importante. O principal sintoma a ser observado é o surgimento de um nódulo ou caroço palpável na região mamária, geralmente endurecido e indolor. Devido à menor quantidade de tecido mamário nos homens, o tumor tende a se desenvolver logo atrás do mamilo.
Outros sinais de alerta incluem alterações no mamilo, como retração ou inversão; secreção papilar (saída espontânea de líquido, que pode ser sanguinolento); alterações na pele, como vermelhidão, inchaço ou aspecto de casca de laranja; e a presença de linfonodos endurecidos e indolores na axila.
A anatomia masculina, com menos tecido mamário, paradoxalmente facilita a detecção precoce, permitindo a identificação de nódulos pequenos por meio do autoexame ou vigilância clínica.
O tratamento do câncer de mama masculino geralmente segue as diretrizes estabelecidas para o câncer de mama feminino. No entanto, a terapia hormonal é adaptada, pois mais de 90% dos tumores masculinos são positivos para receptores hormonais, tornando-os altamente responsivos à terapia endócrina.