Em Brasília, as comemorações do Dia da Independência foram marcadas por um forte tom de defesa da soberania nacional. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva liderou o desfile cívico-militar, que este ano enfatizou mensagens patrióticas como “Brasil soberano” e “Brasil dos brasileiros,” adornadas com as cores da bandeira.
A celebração ocorre em um momento de tensão, com o governo expressando críticas à pressão externa, especialmente dos Estados Unidos, em relação ao julgamento de Jair Bolsonaro. Em uma declaração, Lula afirmou que o Brasil não aceita ordens de outros países e que não é, nem será, colônia de ninguém, defendendo a capacidade do país de governar sem interferência estrangeira.
Enquanto isso, manifestações tomaram conta de diversas cidades. Em São Paulo, centrais sindicais, movimentos sociais e partidos de esquerda se reuniram na Praça da República contra uma possível anistia aos acusados de tentativa de golpe de Estado, incluindo Bolsonaro. Ministros do governo Lula e o presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Edinho Silva, marcaram presença no evento.
No Rio de Janeiro, milhares de apoiadores de Bolsonaro se concentraram na orla de Copacabana, convocados pelo pastor Silas Malafaia, para defender a anistia de todos os acusados e condenados pela tentativa de golpe contra Lula da Silva. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, o senador Flávio Bolsonaro e o deputado Alexandre Ramagem, também presente, manifestaram apoio à causa. Flávio Bolsonaro criticou o juiz Alexandre de Moraes, relator do processo contra seu pai, alegando perseguição e abuso de poder.
Horas depois, em São Paulo, manifestantes se reuniram na Avenida Paulista contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e exigiram anistia geral e irrestrita para todos os envolvidos na tentativa de golpe.
O julgamento de Bolsonaro, que pode resultar em uma pena de mais de 40 anos de prisão, está em sua etapa final. O procurador-geral afirma que o objetivo era garantir a permanência do então Presidente no poder. Após as oitivas das defesas, a votação dos cinco juízes do STF definirá o futuro do ex-presidente. A decisão, tomada por maioria de votos, ainda pode ser contestada por meio de recursos. Um grupo de oito réus, conhecido como “Núcleo Crucial,” responde por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e participação em organização criminosa armada.