O ex-presidente Jair Bolsonaro não comparecerá ao julgamento que o acusa de liderar uma tentativa de golpe de Estado para permanecer no poder após a derrota nas eleições. A informação foi confirmada pelo advogado Paulo Cunha Bueno, responsável pela defesa de Bolsonaro.
Segundo o advogado, a condição de saúde do ex-presidente o impede de comparecer ao julgamento, mesmo que esse fosse seu desejo. “Não tem recomendação médica para isso, a saúde dele é debilitada”, declarou Bueno ao chegar para o julgamento.
Assim como Bolsonaro, os outros sete réus também não compareceram ao primeiro dia de votação. O julgamento, que acontece presencialmente na sala da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), foi retomado hoje.
A Primeira Turma do STF avalia a possível condenação de Bolsonaro e seus aliados, acusados de envolvimento em uma trama golpista para reverter o resultado das eleições de 2022. A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra o grupo, apontando-os como peças-chave na tentativa de golpe.
O julgamento teve início na semana passada, com as sustentações das defesas dos acusados e a manifestação do procurador-geral da República, que se posicionou favoravelmente à condenação de todos os réus.
A votação, que decidirá pela condenação ou absolvição dos réus, teve início hoje e continuará nas sessões dos dias 10, 11 e 12 de setembro.
Até a próxima sexta-feira (12), devem votar o relator, ministro Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente do colegiado.
Além de Jair Bolsonaro, são réus Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa), Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa) e Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro).
Os réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado. Alexandre Ramagem responde por três dos cinco crimes.