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D'Angelles Backes

Kelly Phillips Erb
Kelly Phillips Erb

O café, commodity globalmente apreciada, enfrenta um cenário turbulento nos Estados Unidos. Com um consumo estimado em 2,25 bilhões de xícaras diárias em todo o mundo, a bebida ocupa o segundo lugar entre as commodities mais valiosas, movimentando a economia de aproximadamente 120 milhões de pessoas.

No entanto, o preço do café nos EUA tem apresentado um aumento considerável. Analistas apontam que o grão está 38,73% mais caro em comparação com o ano anterior. A alta é atribuída, em grande parte, às tarifas impostas sobre as importações, especialmente do Brasil e do Vietnã, dois dos maiores fornecedores mundiais.

Tarifas, definidas como impostos sobre importações, geralmente visam aumentar a arrecadação ou proteger indústrias domésticas da concorrência, elevando o custo de produtos estrangeiros e, teoricamente, incentivando o consumo de produtos nacionais. Economistas apontam que essa estratégia pode funcionar em alguns setores, como o automotivo, mas sua eficácia é limitada quando se trata de produtos que não podem ser cultivados em larga escala no país, como o café.

O café prospera em climas tropicais específicos, encontrados no chamado Cinturão do Café, uma região entre os Trópicos de Câncer e Capricórnio, onde estão localizados países como Brasil, Colômbia, Etiópia e México. O Brasil, líder mundial na produção, responde por cerca de um terço de toda a produção global. Apenas o Havaí, nos EUA, possui produção considerável, mas ela representa menos de 1% do volume mundial.

Em setembro, uma ordem executiva presidencial atualizou as regras tarifárias, incluindo uma lista de produtos não cultivados em quantidade suficiente nos EUA, os quais poderiam ser isentos de tarifas. O café foi incluído na lista, mas ainda está sujeito a tarifas de até 50%, assim como outras importações brasileiras.

A legalidade dessas tarifas está sendo questionada na Justiça, com alegações de que o presidente excedeu seus poderes ao impô-las. O caso está sendo analisado pela Suprema Corte, com audiências marcadas para novembro.

Diante desse cenário, congressistas apresentaram o projeto bipartidário “No Coffee Tax Act”, que busca revogar as tarifas sobre todos os produtos de café, com exceção de “substitutos de café que contenham café”, retroativamente a janeiro de 2025. O objetivo é aliviar o impacto do aumento dos preços sobre as famílias americanas, argumentando que as tarifas sobre produtos não produzidos internamente apenas prejudicam os consumidores.

Fonte: forbes.com.br

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