A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira uma operação que resultou na prisão preventiva de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e do empresário Maurício Camisotti. A ação, denominada Operação Cambota, investiga um esquema de cobranças ilegais em benefícios previdenciários.
Além das prisões, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a diversos suspeitos, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os alvos está o advogado Nelson Wilians, figura conhecida por exibir um estilo de vida luxuoso nas redes sociais e proprietário de um renomado escritório de advocacia.
Antônio Carlos Camilo Antunes foi detido em sua residência, em Brasília. Paralelamente, um novo mandado de busca e apreensão foi realizado na casa de seu filho, Romeu Carvalho Antunes, onde já haviam sido apreendidos uma BMW e documentos em maio.
O advogado de Antunes afirmou que, além da prisão, os agentes apreenderam documentos e veículos do empresário. Ele alega que a prisão foi resultado de uma “compreensão equivocada dos fatos” e que a defesa está organizando a documentação para comprovar a legalidade das ações de seu cliente.
A defesa de Nelson Wilians informou que o advogado está colaborando com as autoridades e confia em comprovar sua inocência. A PF investiga a transferência de R$ 15,5 milhões do escritório de Wilians para Camisotti, considerada uma transação “atípica”. O advogado alega que o valor se refere à compra de um terreno vizinho à sua residência.
O senador Carlos Viana, presidente da CPMI que apura as cobranças ilegais, afirmou que as prisões são apenas o “primeiro passo” e que muitas outras pessoas devem ser presas para esclarecer os fatos e responsabilizar os envolvidos. A CPMI aprovou cerca de 400 pedidos de informação e de quebra de sigilos bancário, fiscal e telemático de suspeitos. O colegiado solicitou ao STF a autorização para que Antunes e Camisotti sejam levados para depor na CPMI.