Goiânia ganha um novo complexo de referência em oncologia, o Cora, oficialmente inaugurado na última quinta-feira (25) após um período de funcionamento antecipado de mais de três meses. Localizado em Goiânia, o centro já realizou 225 cirurgias, diagnosticou 119 novos casos de câncer infantojuvenil e registrou 181 internações desde junho.

O investimento total na unidade é de R$255,9 milhões, sendo R$192,6 milhões destinados às obras e R$63,2 milhões para a aquisição de equipamentos de ponta. A manutenção anual do complexo está estimada em R$81,6 milhões, o equivalente a R$6,8 milhões mensais.

A gestão do Cora ficará a cargo da Fundação Pio XII, a mesma entidade responsável pelo Hospital de Amor em Barretos, São Paulo. A escolha da fundação para administrar o hospital gerou debates sobre o papel das Organizações Sociais (OS) na saúde pública, com entidades sindicais expressando preocupações sobre a precarização do trabalho e a possível fragilização do Sistema Único de Saúde (SUS).

O complexo dispõe de 60 leitos pediátricos, centro cirúrgico, UTI, pronto-atendimento 24 horas, unidade de transplante de medula óssea, farmácia hospitalar e recursos de reabilitação. Um dos destaques é a ressonância magnética integrada ao centro cirúrgico, além de espaços lúdicos destinados a tornar o ambiente hospitalar mais acolhedor para as crianças.

A inauguração do Cora ocorre em um momento em que o Hospital de Câncer Araújo Jorge, outra referência em oncologia em Goiás, enfrenta desafios no serviço de radioterapia. Pacientes aguardam semanas para iniciar o tratamento, e a instituição busca recursos para adquirir um novo acelerador linear. O equipamento, orçado em mais de R$ 9,9 milhões, tem como objetivo ampliar a capacidade de atendimento e reduzir as filas de espera. A captação de recursos depende de doações de empresas tributadas pelo Lucro Real, que podem destinar parte do Imposto de Renda devido ao projeto. Caso a meta não seja atingida até novembro de 2025, a instalação do acelerador linear poderá ser inviabilizada.