Casos de Covid-19 seguem ocorrendo no Brasil, mesmo sem o impacto da pandemia, com aumento em diversas cidades. O alerta foi feito pelo presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

A Covid-19 tem afetado principalmente crianças menores de dois anos, que não foram expostas ao vírus, e idosos acima de 60 anos, cujo sistema imunológico perde capacidade de resposta com o envelhecimento. Em 2024, foram registrados 82 óbitos de crianças, número considerado expressivo, já que a doença é imunoprevenível por vacina. Idosos também representam o grupo com maior risco de complicações e óbitos, além de gestantes.

O médico ressalta que, para a maioria da população, a Covid-19 se manifesta como outras doenças virais, sem grande impacto em quadros leves. Ele defende a testagem como medida de saúde pública, principalmente para idosos e imunossuprimidos, visando reduzir riscos de complicações, internação e morte. Para grupos vacinados e com menor risco, a testagem individual é recomendada para avaliar possíveis associações em caso de complicações futuras.

A combinação das vacinas contra influenza e Covid-19 ainda enfrenta desafios. O vírus SARS-CoV-2, assim como o da influenza, tem alta taxa de mutação, mas o comportamento sazonal da influenza já é conhecido, permitindo vacinação antes do período de maior incidência. A Covid-19 ainda não apresenta sazonalidade clara, com picos irregulares no Brasil. A política do Ministério da Saúde, que recomenda duas doses anuais da vacina contra Covid-19 para grupos de risco, também dificulta a combinação.

Dados recentes apontam para um aumento dos casos de Covid-19 no país nas últimas dez semanas, com índice de positividade de 13,2%, o maior desde março. A alta é atribuída à queda natural dos anticorpos e ao surgimento de variantes, mesmo em população já imunizada. As infecções respiratórias têm comportamento cíclico, influenciadas pela transmissibilidade e pela imunidade da população.