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D'Angelles Backes

Vendedores de água de coco que atuam no Parque Vaca Brava, em Goiânia, enfrentam um cenário de incertezas e apreensão. Após notificações da Secretaria Municipal de Eficiência (Sefic), a situação dos comerciantes permanece indefinida, gerando reclamações sobre a falta de diálogo e possíveis prejuízos aos seus negócios.

Desde o dia 20 de setembro, quando o problema foi inicialmente exposto, pouca coisa mudou. Os profissionais relatam que as notificações continuam, mesmo para aqueles que estão em processo de regularização. Até o momento, quatro quiosques foram retirados do parque, e ao menos 15 barracas operavam no local até algumas semanas atrás. Destas, cinco já foram notificadas.

A principal reclamação dos trabalhadores é a ausência de comunicação e o tratamento dispensado àqueles que buscam se adequar às normas. Há o temor de que um projeto de terceirização do parque esteja em andamento, o que poderia inviabilizar os pequenos negócios locais.

Sônia Santos, proprietária de um quiosque notificado, expressa a preocupação da categoria. Ela teme o aumento do desemprego e da criminalidade caso os comerciantes sejam removidos do parque. “Se tirarem esse pessoal daqui, esse povo vai trabalhar onde? Com desemprego, com o mundo miserável do jeito que já está… a única coisa que vai aumentar mais é o quê? Desemprego, fome, miséria, crime”, argumenta.

A auxiliar administrativa Débora Nicole, frequentadora do parque, também manifesta sua discordância com a postura da prefeitura. “Acho injusto. Acho que a prefeitura deveria se preocupar com outras coisas, por exemplo, a área da saúde, que anda muito precária”, afirma.

Raimundo Nonato, que vende água de coco há cinco anos no Vaca Brava, relata a frustração de não conseguir regularizar sua situação. “A gente foi atrás da licença, mas nunca saiu”, lamenta.

Um ponto de discórdia é a exigência da prefeitura de que os quiosques sejam móveis, montáveis e desmontáveis, instalados no canto da calçada. Os comerciantes questionam a viabilidade dessa medida, considerando as dificuldades de transportar as estruturas diariamente e a falta de vagas disponíveis.

Valdir de Almeida, outro vendedor, ressalta os obstáculos que enfrenta para continuar trabalhando, mesmo após uma cirurgia. “Eu estou operado, mas estou mexendo porque eu preciso trabalhar. Não tem condição de pagar ninguém”, desabafa.

Segundo a prefeitura, os vendedores notificados estão em situação irregular, pois buscaram se enquadrar como ambulantes, mas mantiveram equipamentos fixos, o que não é permitido. A alternativa para permanecer no local, conforme orientação, é a atuação como ambulante, com equipamentos móveis, montáveis e desmontáveis. Além disso, a legislação prevê uma distância mínima de 200 metros entre cada ambulante, o que pode reduzir o número de vendedores no parque.

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