Os gastos do consumidor nos Estados Unidos registraram um aumento de 0,3% em agosto, em comparação com julho, de acordo com dados divulgados pelo Escritório de Análise Econômica do Departamento de Comércio dos EUA. O índice, medido pelo PCE (Personal Consumption Expenditure), ficou em linha com a estimativa mediana dos investidores, que já esperavam um crescimento de 0,3%.
Em julho, o aumento havia sido de 0,2%. Nos últimos 12 meses, o PCE avançou 2,7%, superando o aumento de 2,6% registrado em julho.
O PCE é um indicador chave, amplamente acompanhado pelo Federal Reserve (FED), o banco central americano, para orientar sua política monetária. O aumento nos gastos ocorreu em um período de desaceleração do mercado de trabalho, com um crescimento mais lento na criação de empregos nos últimos três meses. O impulso veio, principalmente, das famílias de alta renda, beneficiadas por um mercado de ações robusto e pela valorização dos imóveis, o que elevou sua riqueza. Dados recentes do Federal Reserve revelaram que a riqueza total das famílias americanas atingiu um recorde de US$ 176,3 trilhões no segundo trimestre.
Contudo, as famílias de baixa renda enfrentam desafios maiores, arcando com uma parcela significativa do peso dos preços mais altos de produtos, influenciados pelas tarifas de importação.
O forte consumo tem impulsionado o Produto Interno Bruto (PIB), que cresceu a uma taxa anualizada de 3,8% no segundo trimestre, o ritmo mais forte em quase dois anos. As projeções de crescimento para o terceiro trimestre apontam para uma taxa de 2,5%.
Analistas preveem uma desaceleração nos gastos até o final do ano, impactados pelos preços mais altos.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o núcleo do PCE registrou um aumento de 0,2% em agosto, mantendo o mesmo ritmo de julho. Nos últimos 12 meses, o núcleo do índice subiu 2,9%, igualando o percentual de julho.
O Fed acompanha de perto as medidas de preços do PCE para atingir sua meta de inflação de 2%. Recentemente, o banco central retomou sua política de afrouxamento, reduzindo sua taxa de juros de referência em 25 pontos-base, estabelecendo uma faixa de 4,00% a 4,25%.
Fonte: forbes.com.br