Autoridades de Hong Kong, Macau e Guangdong, na China, intensificaram a luta contra o narcotráfico, resultando na apreensão de aproximadamente 14 toneladas de drogas nos últimos 18 meses. A operação conjunta culminou também na prisão de 512 pessoas envolvidas com o comércio ilegal de entorpecentes.

A ação coordenada foi tema central da primeira conferência antidrogas da Área da Grande Baía, realizada em Hong Kong, que reuniu autoridades das três regiões e de Singapura. O objetivo do encontro foi discutir o aumento da complexidade do tráfico de drogas e fortalecer a cooperação regional para combater o crime.

Desde 2024, a colaboração permitiu investigar 151 casos de relevância, conforme declarou o diretor-geral do Gabinete de Controlo de Narcóticos do Ministério da Segurança Pública da China, Wei Xiaojun. Ele alertou para a necessidade de atenção às “mudanças profundas” no cenário global das drogas, incluindo o surgimento de novas substâncias psicoativas.

O etomidato, por exemplo, foi classificado em Hong Kong como droga perigosa em fevereiro, equiparando-se à cocaína em termos de perigo. Wei Xiaojun destacou que a Área da Grande Baía, devido ao seu desenvolvimento econômico e infraestrutura de transporte, é um alvo estratégico para os cartéis internacionais.

O secretário de Segurança de Hong Kong, Chris Tang, informou que houve uma queda de 40% no número de usuários de drogas entre 2015 e 2024, atribuindo o resultado à cooperação transfronteiriça. Tang defendeu o aumento do intercâmbio de informações e o uso de tecnologias avançadas, como drones, para fortalecer a vigilância. Representantes de Guangdong e Macau manifestaram apoio a uma abordagem conjunta mais robusta contra o tráfico.

Eric Chan, chefe da administração de Hong Kong, ressaltou a importância de estratégias inovadoras para enfrentar os métodos cada vez mais sofisticados dos criminosos. O fórum busca consolidar uma frente unida para enfrentar os desafios do tráfico de drogas em uma região estratégica. A Área da Grande Baía, um projeto ambicioso do governo chinês, visa criar uma metrópole global integrada, abrangendo Macau, Hong Kong e nove cidades da província de Guangdong, lar de mais de 80 milhões de habitantes.