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D'Angelles Backes

Adam Sarhan
Adam Sarhan

A inteligência artificial (IA) domina Wall Street em 2025, evocando comparações com a era das empresas pontocom do final dos anos 90. O impacto potencial da IA é uma incógnita, mas a busca pela próxima grande ação impulsiona investidores a repetir erros do passado, que historicamente levaram a resultados negativos.

Apesar do inegável avanço da IA, o sucesso no investimento requer disciplina, paciência, gestão de risco e análise racional. Muitas empresas pontocom não sobreviveram, e o mesmo pode acontecer com companhias de IA.

Um dos erros mais comuns é ceder ao entusiasmo sem avaliar os fundamentos. A busca pelo sucesso rápido leva a decisões emocionais. Entrar no mercado após altas significativas, acreditando que “desta vez é diferente”, é um padrão perigoso. É crucial manter um plano, respeitar os riscos e lembrar que a história se repete. Após a compra, uma ação só pode subir, cair ou se manter estável. A IA, apesar das promessas, não é exceção.

A IA atrai visionários e promessas ousadas, mas muitas empresas operam no vermelho, com receitas mínimas. Investidores, atraídos por retornos extraordinários, compram negócios incapazes de sustentar altas avaliações, perdendo dinheiro quando as ações declinam.

Em 1999, empresas com “.com” arrecadaram bilhões sem planos concretos para gerar fluxo de caixa. A maioria faliu quando a bolha estourou. O mesmo risco existe para a IA. Apesar de alguns vencedores, muitos podem desaparecer. Métricas financeiras tradicionais, como fluxo de caixa e balanço sólido, são cruciais. Para fabricantes de chips como a NVIDIA, o boom da IA fortalece uma base existente. Para empresas em estágio inicial, o risco pode superar o potencial se os fundamentos forem ignorados.

Outro erro é a concentração excessiva em um ou dois grandes nomes. A ascensão da NVIDIA é notável, mas apostar todo o capital em uma única empresa é arriscado. Empresas como Intel, Cisco, Qualcomm, Microsoft e Apple tiveram momentos de destaque, mas o timing da entrada e a gestão de risco foram cruciais. Investidores que compraram no pico perderam muito dinheiro.

O mito do crescimento infinito é perigoso. Ciclos de alta dão a impressão de que os bons tempos nunca acabarão. Em 2023 e 2024, a IA impulsionou altas nas ações, mas o crescimento desacelera e as expectativas se ajustam. Gigantes enfrentam ciclos de lucro, pressões regulatórias e concorrência. Achar que o crescimento será ininterrupto ignora a dinâmica do mercado.

Pagar preços excessivos por ações (100 a 400 vezes os lucros) exige um crescimento constante, sem espaço para erros. Mesmo desacelerações, e não necessariamente colapsos, podem derrubar ações precificadas para a perfeição. A Tesla, com narrativas sobre eletrificação, teve correções drásticas em momentos de vendas mais fracas. Ações de IA enfrentam o mesmo risco: mercados em crescimento, mas preços voláteis.

Fatores econômicos, como liquidez, juros baixos e capital de crescimento abundante, impulsionam empresas de IA. No entanto, os mercados e a economia são cíclicos. A desconsideração dessa realidade pode levar a perdas inesperadas. Mesmo as melhores ações de IA podem cair se as avaliações ficarem excessivas. Um ponto de entrada disciplinado e respeito ao risco são fundamentais.

A IA é diferente de outras ondas tecnológicas devido ao seu alcance, mas o comportamento humano nos mercados permanece o mesmo. Para evitar armadilhas, priorize os fundamentos, separando o hype da solidez financeira. Diversifique a exposição, pois colocar todo o dinheiro em uma única ação é arriscado. Respeite os ciclos, reconhecendo que líderes de IA podem enfrentar correções. Mantenha-se adaptável, pois os vencedores de hoje podem não ser os de amanhã. Por fim, meça a convicção em relação ao risco, questionando se o entusiasmo vem de manchetes ou vantagens sustentáveis.

Fonte: forbes.com.br

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