Apesar do crescimento exponencial do e-commerce no Brasil, com previsão de movimentar mais de US$ 585 bilhões nos próximos dois anos, algumas marcas de peso como Dudalina, Grupo Boticário e CVC continuam investindo em lojas físicas. Essa aposta desafia a tendência digital e demonstra a relevância do contato presencial com o consumidor.
Dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF) corroboram essa estratégia, revelando um crescimento de 14% no faturamento do setor de franquias no segundo trimestre deste ano, atingindo quase R$ 70 bilhões. O modelo de franquias, inclusive, impulsiona a expansão de muitas redes.
Para Renata Viacava, diretora de marca da Dudalina, as lojas físicas representam 70% das vendas da empresa e são um importante canal de conexão com o público. A marca inaugurou 15 novas franquias neste ano e planeja dobrar esse número até 2026. A presença física, segundo Viacava, amplia o reconhecimento da marca e impulsiona as vendas.
No Grupo Boticário, as novas lojas da Beleza na Web oferecerão análise capilar e maquiagem personalizada, enquanto as unidades da Eudora trarão curadorias de beleza com especialistas e tecnologia. Natália Calixto, diretora de gestão do valor do consumidor do grupo, destaca que os consumidores esperam que as marcas antecipem suas necessidades e ofereçam soluções relevantes em todos os pontos de contato, um papel essencial das lojas físicas.
A CVC também aposta na integração dos canais físico e digital, com uma estratégia multicanal que permite aos clientes comprarem online com a assistência de um agente de loja física. Emerson Belan, vice-presidente de B2C da de viagens, afirma que o modelo “phygital” é responsável por 54% das vendas da empresa. A CVC planeja abrir entre 180 e 200 novas lojas até o final de 2025, somando cerca de 1,5 mil unidades na América Latina.
Especialistas apontam que o sucesso das lojas físicas depende da integração com o ambiente digital. Estudos internos do Grupo Boticário indicam que consumidores que transitam entre os ambientes físico e digital compram com uma frequência quase três vezes superior à dos clientes exclusivamente digitais.
Fonte: forbes.com.br