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D'Angelles Backes

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A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) deflagrou uma campanha de âmbito nacional, com o objetivo de pressionar pela inclusão de medicamentos para o tratamento da obesidade no Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa conta com o apoio de diversas entidades médicas, como a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

A proposta central da campanha é mobilizar a sociedade, sensibilizar as autoridades e pressionar o governo por políticas públicas que garantam o acesso a tratamento adequado, especialmente medicamentoso, na rede pública de saúde. A Sbem argumenta que, embora a obesidade seja reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença crônica multifatorial, ela ainda é uma das únicas enfermidades sem tratamento medicamentoso incorporado ao SUS.

A entidade destaca que pacientes com hipertensão, diabetes, asma ou dislipidemia têm acesso gratuito a medicamentos, enquanto indivíduos com obesidade não contam com nenhuma alternativa terapêutica na rede pública. Até o momento, nenhum fármaco para perda de peso foi incorporado ao SUS, incluindo os agonistas GLP-1, conhecidos popularmente como “canetas emagrecedoras”. Nos últimos cinco anos, quatro medicamentos para o tratamento da obesidade – orlistate, sibutramina, liraglutida e semaglutida – tiveram sua incorporação ao SUS negada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

Dados do Atlas Mundial da Obesidade 2025, indicam que 31% dos adultos brasileiros são obesos e 68% estão com sobrepeso. Projeções apontam que, se não houver mudanças, quase metade da população adulta brasileira (48%) estará obesa até 2044. O relatório revela que mais de 60 mil mortes prematuras no Brasil são atribuíveis ao sobrepeso e à obesidade. Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) estima que, entre 2021 e 2030, os custos diretos ao SUS com doenças associadas à obesidade podem atingir US$ 1,8 bilhão, enquanto as perdas indiretas podem chegar a US$ 20 bilhões.

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