O mercado brasileiro de ônibus demonstra resiliência em 2025, apresentando um crescimento consistente ao longo dos primeiros nove meses do ano e com projeções animadoras para o fechamento. Dados da Fenabrave revelam que, entre janeiro e setembro, foram licenciadas 21.238 unidades, um aumento de 8,19% em relação às 19.631 registradas no mesmo período de 2024. Essa performance permite à federação estimar que o ano se encerrará com 29.336 novos ônibus nas ruas, representando um acréscimo de aproximadamente 6% em comparação com o ano anterior.

Apesar da tendência de alta, os números mensais revelam variações. Setembro, por exemplo, contabilizou 2.316 ônibus licenciados, um crescimento de 12,8% em relação a agosto (2.053 unidades), mas um recuo de 5,4% em relação a setembro de 2024, quando foram emplacadas 2.450 unidades. Essa instabilidade reflete a influência das altas taxas de juros, que encarecem o crédito, e o adiamento de investimentos, principalmente no segmento rodoviário.

No âmbito industrial, a recuperação também se confirma. As montadoras produziram 24.040 chassis de ônibus entre janeiro e setembro, um salto de 13,4% em relação aos 21.197 produzidos em 2024. Apenas em setembro, foram fabricadas 2.787 unidades, representando um aumento de 6,9% sobre agosto e expressivos 28% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

A maior parte da produção se concentra no transporte urbano, com 19.471 chassis fabricados, um aumento de 7,4%. Os modelos rodoviários, por sua vez, somaram 4.559 unidades, indicando uma retomada nas viagens intermunicipais e interestaduais, com um crescimento de 48,5%.

As exportações também se destacam, com 5.233 unidades embarcadas até setembro, um aumento de 60,6% em relação a 2024. O resultado foi impulsionado pela valorização do dólar e pela expansão de mercados como Peru, Chile e Paraguai, que são os principais destinos dos ônibus brasileiros.

A Mercedes-Benz lidera o mercado, com 49,3% de participação e 10.470 unidades vendidas até setembro. Em seguida, aparecem a Volksbus, com 21,3%, e a Marcopolo, com 11,8%. Iveco, Scania e Volvo completam o ranking das principais montadoras.

O mercado de ônibus elétricos também mostra sinais de crescimento, com 311 unidades emplacadas no país até o fim do primeiro semestre, um aumento de 141,9% em relação a 2024.

Apesar do desempenho positivo, o setor enfrenta desafios, como o crédito caro e a instabilidade macroeconômica, que têm dificultado novas compras. O setor precisará manter um ritmo forte no último trimestre e equilibrar custos de produção com o acesso ao crédito para alcançar a meta de mais de 29 mil unidades licenciadas em 2025.