Um brasileiro nascido em Belo Horizonte, impulsionado pela paixão por jogos desde a infância, está no comando do cenário global de esports de Valorant na Riot Games. Sua trajetória, influenciada por clássicos como Atari e Super Nintendo, o levou do mundo da consultoria ao coração da indústria de games.
No último domingo, ele liderou a final do Valorant Champions Paris 2025, realizada na Accor Arena, em Paris, um evento que atraiu aproximadamente 20 mil espectadores. Sua paixão por games o direcionou para a área de tecnologia, iniciando sua carreira como desenvolvedor e programador. Após uma década, migrou para a gestão de projetos, experiência que se mostrou crucial para sua posição atual na Riot Games. Além da consultoria, ele também empreendeu em uma startup.
Da Produção ao Comando Global
A oportunidade na Riot Games surgiu em 2015, quando a empresa abriu seu escritório no Brasil. Inicialmente, ele atuou como produtor, dividindo seu tempo entre Belo Horizonte e São Paulo. Após dois anos, liderou a equipe de publishing, responsável por marketing, conteúdo e comunidade. Sua paixão por esports o motivou a buscar uma transferência para Los Angeles em 2019, retornando ao universo competitivo, inicialmente focado em League of Legends.
Na Califórnia, trabalhou no lançamento do cenário competitivo de League of Legends: Wild Rift para dispositivos móveis. Em maio de 2022, assumiu a posição de Head Global de Esports de Valorant, cargo que ocupa há mais de três anos.
O Sucesso Orgânico de Valorant
Sua jornada no Valorant começou em um momento de maturação do jogo. O sucesso do título, lançado em meio à pandemia, é atribuído ao seu crescimento orgânico, impulsionado pela demanda da comunidade. Ao contrário de outros projetos que optaram por grandes investimentos iniciais, Valorant priorizou um crescimento sustentável.
O executivo destaca que a base de jogadores de Valorant não se originou de concorrentes como CS ou League of Legends, mas sim de um público mais jovem, para quem Valorant representou o primeiro jogo competitivo, vindo de plataformas como Roblox e Minecraft. Atualmente, Valorant conta com mais de 25 milhões de jogadores mensais, competindo com grandes franquias como Counter Strike, Overwatch e Rainbow Six.
Quanto à percepção de uma desaceleração no mercado de esports após a pandemia, ele argumenta que houve uma correção de expectativas e o estouro de uma bolha inflacionada por fundos de venture capital que acreditavam que os esports se tornariam os próximos esportes tradicionais. O modelo de media rights não se sustentou. A Riot, por outro lado, encontrou um caminho mais saudável e sustentável: a monetização dentro do jogo, através da venda de skins e itens de esports. Parte dessa receita é compartilhada com os times da liga, com quase US$ 80 milhões distribuídos no ano passado. Para ele, essa é a prova de que a criatividade e a paixão continuam a ser o motor do sucesso.
Fonte: forbes.com.br